
Caros visitantes virtuais,
O facto de ontem o meu filho mais novo ter celebrado o seu décimo terceiro aniversário e de eu viver cada aniversário dele e do irmão como uma bênção que me lembra a profunda felicidade que me trouxe a maternidade de ambos fez-me pensar na enorme fonte de esperança que constitui a maternidade.
E, permitam-me os leitores do género masculino, mas vou apenas falar na perspectiva da maternidade, pois como mulher que sou, é essa que vivo intensamente. Não querendo de modo nenhum subestimar o papel imprescindível da paternidade não apenas para o nascimento do filho como para a sua criação, educação e amor incondicional ao longo da vida.
Tenho um pai que para mim é o melhor do mundo porque foi sempre um pai muito presente, atento, carinhoso, interessado no meu percurso escolar e profissional, respeitador das minhas opções e que me proporcionou adquirir a autonomia responsável que fui tendo ao crescer. Ainda hoje continua a ser uma presença forte na minha vida com quem falo todos os dias porque os laços que nos unem são muito intensos. Para o meu pai, Adelino, deixo um beijinho com o mais profundo carinho e gratidão por tanto amor.
O pai dos meus filhos é também para eles o melhor do mundo, pelas mesmas merecidas razões que sinto em relação ao meu pai e que eu reconheço também no meu marido, Jorge Paulo, no seu papel de pai.
Tenho, pois, fortes razões para reconhecer e valorizar profundamente a paternidade. Paternidade essa que quanto mais vivida mais enriquecedora é para os pais e para os filhos pois o amor constrói-se com o amor e a atenção de cada dia. Por isso, caro visitante virtual, se é homem e tem filhos, seja pai intensamente e verá que o seu coração e o dos seus filhos brilham, aquecem e fortalecem-se em conjunto num laço único de beleza incomparável.
No entanto, como mulher que sou é de maternidade que vos posso falar na primeira pessoa.

O nascimento de um filho é uma felicidade única. O momento em que o corpo de uma mãe se abre para dar passagem ao filho para viver a sua própria vida. Sentir deslizar através de nós o filho que tanto amámos e trouxemos protegido no abrigo do nosso próprio corpo durante todos os meses da gravidez, vê-lo finalmente olhos nos olhos, aquele filho com quem tanto comunicámos no segredo da nossa intimidade de sermos dois seres a viver fisicamente e psicologicamente unidos é uma emoção impossível de descrever.
A partir do momento em que os nossos filhos iniciam as suas vidas são para nós, mães, uma enorme fonte de esperança, pois é toda uma vida que têm pela frente e nós contamos estar presentes para rir com as suas alegrias, mas sabemos que irão ter tristezas que nos farão sofrer mais que as nossas próprias tristezas. No entanto, não é por isso que deixamos de desejar que nasçam, cresçam, se tornem independentes, apesar da angústia da separação que vê-los crescer e autonomizar-se sempre nos cria.

Tive já momentos de grande dor com um dos meus filhos em risco de vida causado por salmonela, situação que felizmente superou, tenho amigas que têm filhos e filhas a passar por gravíssimos problemas de crescimento e outras que perderam filhos em trágicas doenças ou acidentes. Para eles vai toda a minha solidariedade e profunda ternura. Têm o desafio constante de encontrar a esperança para continuar o seu caminho. A perda de um filho nunca é superada porque uma parte de nós morre com ele, mas a sua memória viva em nós, mantém-nos vivos também, por eles. São de profunda coragem as histórias de vida de mães e de pais que sobrevivem em cada dia à morte dos seus filhos e transformam a própria vida num hino de reconhecimento ao filho que continua com eles no coração.
Às mães que têm filhas e filhos em complicadas situações de crescimento e mesmo de sofrimento diário, físico ou psicológico, deixo um carinho muito especial e votos de coragem para em cada dia continuarem a lutar para ajudar a construir o equilíbrio e a saúde física e psicloógica que os seus filhos necessitam, e estou certa encontrarão, porque estão muito rodeados de amor e empenhamento maternal contínuo. O amor é um bálsamo reconfortante e todo o problema tem uma solução. E eu, como amiga, trago-os com um pensamento e uma ternura muito especial no meu coração, assim como procuro que a minha Fé e amizade possa contribuir com uma energia positiva para que os seus dias difíceis encontrem a tranquilidade de que necessitam e que acredito que encontrarão.
Maria, representada na "Pietà" com o seu filho morto, descido da cruz, é reconhecida pelos Cristãos, onde me insiro, como modelo de mãe pela sua incondicional capacidade de amar e modelo de Fé seguindo com uma espiritualidade forte, mas também discreta o novo mandamento divulgado e praticado pelo seu próprio filho, Jesus Cristo: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Ela encontrou a força no Amor e na Fé e há muitos que nela encontram também a força e serenidade espiritual que reconforta e inspira para prosseguirem os seus caminhos com maior alento.
Para mim, Maria não são os dogmas de que a Igreja Católica ao longo dos séculos revestiu a sua figura maternal. Os dogmas pela sua natureza nunca têm explicação lógica pelo que nunca me ocuparam a mente que preferi dedicar a reflexões que entendi mais proveitosas. Maria, para mim, é uma mulher forte e corajosa num tempo e numa cultura em que as mulheres era suposto serem fracas, é uma mulher que acompanhou o seu filho e compreendeu a sua mensagem mesmo quando o mundo o perseguia e o condenava pelas suas palavras de igualdade e de amor fraterno sem discriminações nem limites, é uma mulher de fé e de espiritualidade intensa de que deu provas ao longo da sua vida, incluindo nos momentos mais dolorosos da perda do seu filho, pois acreditava que na realidade nunca o perderia definitivamente.
Mesmo que o nascimento de um filho traga, e traz inevitavelmente, não apenas alegrias mas também preocupações, receios, angústias e sofrimento, o simples facto de existir traz à vida de uma mãe a mais profunda e comovente alegria. Cada sorriso, cada dente, cada passo, cada abraço, cada palavra que um filho nos dirige é para uma mãe mais valioso que o tesouro mais precioso.
Mas há mães que por razões diversas não têm capacidades física nem psicológicas para assumir uma gravidez e uma maternidade responsável. A essas mães, que mesmo com essas dificuldades não pretendem abdicar de o ser, há instituições que desenvolvem um muito meritório trabalho de apoio à gravidez, nascimento e acompanhamento da maternidade das mulheres que carecem de assistência especial. Uma dessas instituições, ligada à Igreja Católica, é a Casa de Santo António, cujos contactos e informação detalhada sobre o apoio que prestam à maternidade se encontra em: http://www.casasantoantonio.org.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=198&Itemid=188
Felicito esta instituição e ssuas voluntárias que em cada dia ajudam a sorrir tantas mães e crianças que sem essa ajuda preciosa estariam em difíceis condições de vida.

A "Ajuda de Mãe" que acima a imagem representa com os seus contactos, é uma das organizações não governamentais da sociedade civil que se dedica ajudar mães em dificuldades. Felicito esta instituição e as voluntárias e voluntários que se dedicam a apoiar esta importante causa social e humanitária.


Como mãe, em cada dia entrego-me aos meus filhos o mais e melhor que posso, dedico-lhes atenção e amor que não têm dimensão mensurável, mas não deixo de conservar uma esfera para a minha própria existência como pessoa que sou e que não envolve apenas ser mãe, embora, sem dúvida ser mãe seja o maior papel da minha existência. No entanto, considero que só realizando-me como pessoa posso ser uma boa mãe para os meus filhos. É uma outra concepção de maternidade que felizmente a democracia e o despertar das consciências e sociedades veio trazer para a igualdade de género, de que acredito todos saem a ganhar.
Dedico ainda este post a todas as minhas amigas que são mães.
Um abraço e votos de uma boa semana, caro visitante virtual. E, esta semana tenha presente o muito que significa ou significou para a sua mãe e o que ela significa para si. Certamente encontrará nesse amor muitas razões para sorrir e estar grato ao amor e à vida.
C.C.
Obrigada, Célia!
ResponderEliminarTirou-me, com beleza, as palavras da boca, como o povo diz, com sabedoria.
Ab.
Maria de Lourdes Neto
Muito obrigada.
EliminarUm abraço,
Célia
Parabénspara a Mama e filho, claro. Ilda
ResponderEliminarObrigada pela visita ao post e pelas felicitações.
ResponderEliminarObrigada Célia por nos partilhares os teus maternais sentimentos!
ResponderEliminarGisela,
EliminarObrigada pela tua visita e mensagem.
Um beijinho.