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02/01/2016

A GRATIDÃO A ABRIR UM NOVO ANO - FELIZ 2016 PARA TODOS OS LEITORES DESTE BLOGUE


Caros visitantes virtuais,

Pessoalmente encerro um ciclo de três anos de planície na minha vida. Chamo assim este ciclo porque é a primeira vez que vivi um período deste tipo e porque na planície não conseguimos ver mais longe do que o horizonte circunscrito, torna-se difícil encontrar novos objetivos para a vida e sonhar novas paisagens. Não é um período colorido, como felizmente os restantes que tenho tido ao longo da vida, mas mesmo tudo o que é menos positivo na vida tem lados bons, o primeiro é que também esses períodos têm um fim e nós sabemos quando terminaram.
É o caso do meu ciclo de três anos que fechou em 2015. Depois porque esses períodos em que nos fechamos mais e não vemos saídas nem queremos socializar como habitualmente nos fazem navegar na nossa introspecção, aprender mais sobre nós próprios, descobrir arestas que temos que limar para ficarmos ainda mais autênticos e mais próximos dos outros e descobrir também o que em nós merece ser valorizado e, sobretudo, aprendemos a ser humildes, amadurecemos e aprendemos a definir as prioridades da vida em função do que é verdadeiramente importante para sermos genuinamente felizes. Apesar de reconhecer que foi um período difícil, reconheço também que foi importante na minha vida porque a tornou ainda mais genuína e aberta à vida e à esperança.
Assim, saúdo 2016 com muita alegria e esperança, empenhada que estou em mais este troço da vida cujo percurso há muito pouco começou e onde tenciono permanecer com todas as pessoas com quem tive a felicidade de me cruzar ao longo da vida e que de uns ou outros modos permanecem sempre comigo, fisicamente mais próximos ou mais distantes ou até já na eternidade, mas isso não importa porque todos eles estão muito vivos no meu coração onde não há espaço nem distância geográfica ou temporal. Simplesmente estão lá, todos, porque são muito importantes para mim.
No início deste meu novo ciclo, no início do ano que começa faço questão de manifestar a minha gratidão pelas pessoas com que tive a felicidade de me cruzar e que marcaram a minha vida e faço ainda questão de fazer uma homenagem a uma grande mulher que o país e os cidadãos portugueses perderam em 2016 e considero também uma pessoa marcante na minha vida, a Dra Maria Barroso.
Começo por esta homenagem e gratidão como cidadã e como pessoa.
Tinha vinte e oito anos quando conheci a Dra Maria Barroso. Passámos juntas dois dias que constituíram a ocasião de uma conferência em que ela participava como oradora e em que eu participava envolvida na minha vida profissional na Educação e cujo tema, ao tempo, era e continua a ser muito atual: "O valor não remunerado do trabalho das mulheres". A conferência reunia ilustres oradores e oradoras em torno desta polémica temática que incendiou oradores e participantes. Recordo-me que na primeira manhã fiz uma intervenção na linha das minhas convicções que ainda mantenho sobre a matéria e que quando encerraram os trabalhos dessa primeira sessão veio ter comigo uma grande senhora da Educação que eu não conhecia pessoalmente e fiquei a conhecer nessa ocasião e por quem ainda hoje mantenho uma enorme admiração profissional e pessoal, a Professora Doutora Anne Marie Fontaine. Aqui lhe presto a minha genuína homenagem. Reputada professora da Universidade do Porto, esta grande senhora veio ter comigo para me felicitar pela minha intervenção, começámos a conversar e ela convidou-me a ficar na sua mesa de almoço para continuarmos a nossa partilha de ideias.
Ao longo da vida não voltei a conhecer ninguém que tivesse a simplicidade deste gesto, a não ser exatamente no mesmo dia e ocasião, a Dra Maria Barroso, que havia sido oradora durante essa manhã e que, ainda no momento em que as pessoas se encontravam a organizar-se em grupos para o almoço veio ter comigo, me disse também que tinha gostado muito da minha intervenção e que me convidava para a sua mesa de almoço para podermos conversar. Fiquei impressionada com essa grande mulher e conhecida figura pública que convidava uma anónima e muito nova mulher para com ela debater ideias e almoçar. Assim, a Dra Maria Barroso, a Professora Anne Marie Fontaine e eu almoçámos juntas não apenas nesse dia, como no seguinte e depois ela convidou-nos na tarde do segundo dia a ir com ela conhecer o Colégio Moderno que nos apresentou pessoalmente explicando-nos a valiosa história do mesmo. Nunca mais esqueci nem uma nem a outra destas duas mulheres. Com a Professora Anne Marie Fontaine, por voltas engraçadas que a vida dá, acabei por manter laços que ainda hoje permanecem; com a Dra Maria Barroso nunca mais tive qualquer contacto pessoal, mas ficou-me a marcante impressão que me deixou e as conversas que trocámos em que transparecia uma mulher que quem a ouve e com ela tem o privilégio de se cruzar sente que é uma mulher que arrebata multidões, marca gerações e se torna um símbolo nacional, pela sua enorme sabedoria, força de personalidade, retidão de caráter, impressionante humildade e simplicidade e perfil ético exemplar. Claramente uma mulher de valores e de princípios onde as pessoas não são julgadas nem pela idade, nem pela condição económica ou social, mas valorizadas pelo simples facto de serem pessoas e pelas suas ideias e a convicção com as apresentam e debatem. Faço, pois, questão, de aqui deixar registada a minha gratidão por esses dois dias e as conversas tocadas com a Professora Anne Marie Fontaine e a Dra Maria Barroso.
Passo agora à segunda parte do meu post, a da minha gratidão às pessoas que marcaram os meus primeiros cinquenta anos de vida. Quis fazê-lo por ter há um ano completado o meu cinquentenário e por estar em 2016 a entrar num novo ciclo de vida.
As primeiras e mais importantes pessoas que marcaram a minha vida foram desde logo os meus pais Maria Eugénia e Adelino Chamiça que me transmitiram os valores estruturantes de toda a minha vida e o amor incondicional que só os pais e os irmãos sentem por nós, no meu caso, a minha irmã, Aida Chamiça, sem dúvida uma das pessoas mais marcantes da minha vida pelo seu extraordinário companheirismo de sempre, cumplicidade e frontalidade com que sempre me defronta comigo própria, o que é altamente valioso e enriquecedor.
Seguem-se o meu marido, Jorge Paulo, cujo amor e extraordinariamente rica companhia diária de há quase vinte cinco anos, tem marcado a minha vida desde o nosso namoro, desde que por ele me apaixonei em 1990 e que me deu os dois maiores presentes da minha vida, os meus filhos Francisco e João Chamiça Pereira. Também os meus filhos têm sido pessoas profundamente marcantes da minha vida, desde a gravidez que vivi intensa e muitíssimo feliz de cada um deles, como pela incomparável alegria que senti com os seus nascimentos, e ainda com a alegria diária de os ver desabrochar e crescer e, atualmente pelos preciosos companheiros que são de tão interessantes conversas familiares.
Uma enorme gratidão para as minhas amigas e amigos de infância e cujos fortes laços continuam a unir-nos: Ilda Dias, Cecília, Zé Relvas, Cláudia Malhão, Ilda Lopes, Paulina, Tininha e Cristina Pimparel e amigos de adolescência e juventude: Paulo Cunha Alves, Zezinha Rosa, Fernanda Vidal, Rita Evangelista, Elisabete Luís, Leonor, Beta Simões, Ilídio, Paulo Santos, Rui Mota, Sónia Costa, Paula Cristina Saruga, Luís Madruga, Rui Brito, Tininha Ferreira, Hipólito, Zé Inês, João, Luís, Fernando Costa, Zito, Rogério, Paulo Dias, Jorge Santos, Miguel Santos, Eunice, Miguel Ferreira, Tony, Dinho, Sandra, Carlos, Faty Lauriac e Anabela Santos e amigos de há quase trinta anos: Teresa Pedroso, Jorge Leonardo, Madalena Martins, Janine Costa, Filomena Matos, Carmo Gregório, Amélia Godinho, Fernanda Sales, Lourdes Neto e Emília Tavares e ainda sem que os anos contem: João Sérgio Rodrigues, Teresa Brito, Fátima Lico, Hugo Sena, Fernanda Pina, Ana Mateus, Albina Santos Silva, Professora Maria do Céu Roldão, Professor Natércio Afonso, Professor Jorge Pedreira, Vasco Alves, Joaquim Silva Pereira, Dulcinea Gil, Filipe Teixeira, Bruno Lai, José Manuel Batista, António Marçal Grilo, Ana Paula Varela, Artur Galvão Teles, Mário Sanches, Isabel, Judite Nozes, Borges Palma, José Manuel Batista, Mário Pereira, Alexandra Marques e Cristina Saragoça e as muito saudosas Lurdes Costa, Nelas e Júlia Freire.
Quero aqui também lembrar o Euclides Ferreira, meu coordenador de grupo de jovens durante vários anos na Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, sempre acompanhado da sua extraordinária mulher, Joana e os meus amigos do grupo de jovens cuja amizade prevalece ainda desde o início dos anos oitenta e com quem partilhei tantas discussões interessantes, gargalhadas, desabafos, saídas à praia, noitadas. A eles estou profundamente grata, ao Euclides pela abertura de mente na fé que me transmitiu e o prazer de descoberta da fé de forma amadurecida que mantenho e aos amigos de grupo de jovens por tantos anos de alegria e saudável convívio recheado de música e grandes e empolgantes conversas sobre tantos temas tão diferentes.
Não quero também deixar de manifestar a minha gratidão aos padres que marcaram a minha fé ao longo dos meus cinquenta anos, por ordem de épocas, o Padre Manuel Peixoto, o Padre Luís Ferreira e o meu atual pároco, o Padre Rui Valério, todos Padres Monfortinos. Pela importância que a fé desde sempre teve na minha vida, eles têm-na enriquecido no plano espiritual porque foi com eles que vivi os momentos mais marcantes da minha vida religiosa, muito em especial o meu casamento e o batismo dos meus dois filhos. Com eles a minha gratidão vai também para as largas dezenas de grupos de jovens que eu tenho coordenado na Paróquia da Póvoa de Santo Adrião e de quem ainda hoje sou grande amiga, bem como todas as pessoas da Paróquia com quem ao longo destes cinquenta anos tenho partilhado a minha vida religiosa laical e por quem nutro um grande carinho quer dos que me conhecem desde os 7 anos quer dos mais recentes.
Manifesto também a minha gratidão aos Padres e Frades Dominicanos: Frei Bento Domingues, que muito admiro pelas suas tão abertas posições religiosas e que não esqueço por há mais de trinta anos, numa conferência sobre matéria religiosa e ética ter defendido uma posição altamente polémica que eu assumi e que deixou horrorizadas a maioria das pessoas que a ouviram e em que o Frei Bento, não me conhecendo de lado nenhum, se levantou da assistência para assumir a defesa das minhas arrojadas ideias sobre a matéria, convicção que ainda hoje partilho. Mais recentemente, o Frei Filipe Rodrigues, que comigo partilhou muito enriquecedores momentos de fé.
A minha enorme gratidão vai também para a melhor professora que tive em todo o ensino básico e secundário a professora e escritora Eduarda Dionísio do Liceu Camões e os professores do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas: Professor Doutor Adriano Moreira, Professor Doutor António de Sousa Lara, Professor Doutor João Mota de Campos e já saudosos Professor Doutor Políbio Valente de Almeida e Professor Silva Cunha e ainda o então ainda jovem mas excelente professor Dr. João Bernardo Weinstein, de quem tive depois o prazer de ser colega nos anos que leccionei nessa instituição que tanto acarinho, de que guardo blíssimas e ricas memórias académicas e pessoais e onde tanto aprendi sobre relações internacionais, geopolítica, ciência política e as várias ciências humanas e sociais. Deixo também uma muito especial gratidão e o meu abraço iscspiano aos muitos colegas, professores e alunos dos meus tempos de aluna e depois de professora no ISCSP.
Na minha entrada na vida profissional quero deixar registada a minha gratidão e profunda admiração e estima pelo já saudoso Dr. João Amado, Diretor do Instituto Superior de Novas Profissões onde leccionei vários anos e a minha estima e amizade por ele e pelos muitos colegas e alunos que tive nessa instituição de ensino superior privado que me enriqueceu o percurso profissional e de vida.
Já à entrada profissional a minha maior gratidão é devida ao Professor Bártolo Paiva Campos com quem ao longo da vida trabalhei cerca de vinte anos na área da educação e que acreditou e confiou nas minhas capacidades e assim me proporcionou desafios profissionais que muito me enriqueceram e que tenho muito presentes, bem como o tanto que com ele aprendi formando-me para ser a profissional que ainda hoje sou e com quem fiquei ligada por uma sólida e grande amizade. Também no plano profissional, a minha gratidão ao Professor Alexandre Ventura é enorme. Também com ele vivi desafios profissionais importantes, um dos quais o maior desafio profissional que tive até hoje e a quem hoje me une uma enorme amizade intemporal apesar do oceano que agora nos separa fisicamente. Fico também muito grata aos muitos colegas e amigos que ainda hoje mantenho da minha passagem de mais de vinte anos de vida profissional na educação, com eles muito aprendi e com quem gostei muito e continuo a gostar muito de conviver quando temos oportunidade.
Mais recentemente gostaria de deixar registada a minha gratidão ao Coronel Paulo Soares, que foi responsável pela minha viragem profissional para a área da segurança, onde desde há quase cinco anos pertenço e que se tornou numa paixão profissional para mim a seguir a que tive mais de vinte anos, a educação, pois acredito veementemente que estas duas áreas são fulcrais para a vida da sociedade portuguesa e bem-estar do nosso país, uma garantindo a formação das nossas crianças e jovens e outra garantindo a estabilidade e segurança das nossas instituições, das pessoas e do nosso país. Com o Coronel Paulo Soares e os vários colegas, militares, polícias e inspetores descobri uma nova forma de vida profissional, mas também com eles tenho aprendido muito e vivido momentos de amizade muito valiosos e de enriquecimento pessoas e profissional.

A concluir a minha gratidão vai para todas as outras pessoas aqui não referidas mas com quem tenho tido a felicidade de me cruzar nos vários grupos onde tenho participado de natureza religiosa, desportiva, cultural ou recreativa, mas também para os muitos cidadãos anónimos com quem me tenho cruzado ao longo da vida e que, sem nos conhecermos, têm travado conversa comigo ou eu com eles e que também eles têm enriquecido muito a minha vida pois para mim, o maior valor da vida e o que mais prezo são as pessoas.

FELIZ ANO NOVO PARA TODAS ESTAS PESSOAS E TAMBÉM PARA SI, CARO VISITANTE VIRTUAL e para todos um grande abraço festivo, de celebração à vida e de ESPERANÇA.

CC

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