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15/09/2013

A esperança que brota dos pequenos gestos


Caro visitante virtual,

Há momentos na vida em que pelas mais diversas razões nos sentimos perder o alento. E este meu post é especialmente dedicado a quem se encontra num desses momentos, em especial a uma visitante virtual que ontem me confidenciou que procurava no meu blogue as forças de que necessita para uma fase difícil que está a viver e cujo nome não revelo, mas ela sabe quem é. Fico muito feliz que este espaço de escrita cumpra o papel para o que o criei, ser fonte de esperança para quem o lê, ainda que seja só um visitante, mas já mais de 10.400 pessoas por aqui passaram, o que significa, caro visitante virtual, que não está sozinho nesse momento difícil que atravessa pois a vida de todos nós tem momentos especialmente difíceis.
São momentos em que apetece desistir, em que a vida parece demasiado pesada para as nossas forças, em que nos sentimos frágeis diante dos desafios que nos parecem gigantescos. E, é precisamente nesses momentos que é importante centrarmos-nos no que é a verdadeira fonte da felicidade e não nos dispersarmos nas fragilidades que todas as vidas têm, sejam quais forem o género, etnia, idade, e os meios sociais,  económicos ou culturais de cada um. A vida em qualquer ponto do universo é sempre uma grande dádiva, mas também um grande desafio.
Mas, o que o meu quase meio século de existência me tem mostrado, sobretudo no momento mais doloroso que pode haver na vida de alguém, que é a perda por morte de um ente querido, é que nós seres humanos somos bem mais fortes do que aquilo que imaginamos e até a morte nós vencemos porque aqueles que amamos na realidade nunca morrem porque estão sempre vivos no nosso coração e presentes na nossa memória. Esta frase é especialmente dedicada a uma visitante virtual que passou recentemente por uma grande perda do amor e companheiro da sua vida, ela sabe quem é. 
Nestas etapas particularmente duras da vida a chave para as vencermos está numa combinatória de tempo, de busca no nosso interior de forças que temos mas nem sabemos que temos e no olhar à nossa volta e valorizar os pequenos gestos que nos preenchem a alma, mas que não valorizamos suficientemente muitas vezes: o sorriso de uma criança na rua, o abraço de um filho, a palavra carinhosa de um amigo, a serenidade espelhada no rosto de um idoso, a rosa que cresce no nosso jardim, o filme que gostamos tanto de ver, a música que nos liberta o espírito e o projeta no infinito o quadro que contemplamos e nos encanta com a sua beleza.
Caro visitante virtual, ao contrário do que frequentemente sentimos quando estamos numa etapa difícil da vida ou num grande desafio em que temos que nos enfrentar a nós próprios ou aos outros, essa etapa não é tempo de ficar sentado passivamente à espera que as dificuldades passem, nem é tempo de se enganar a si próprio com a ideia de que os problemas não estão lá porque os problemas estão lá e é por si e só por si que têm que ser enfrentados. Assim, é tempo de se levantar e ir à luta, de recorrer a todos os redutos de forças que possa encontrar, procure-os nas suas felizes memórias passadas que toda a gente tem, procure-as no que o rodeia e o pode acalentar, procure-as num médico se necessitar, procure-as no apoio de um familiar ou um amigo, procure-as em livros que nos ajudam a superar dificuldades, e, sobretudo, procure-as na espiritualidade da Fé se é crente e, se não é crente, porque não procurar descobrir essa espiritualidade a que tem sido indiferente ao longo da vida e que agora poderá ver com outros olhos?
Um velho ditado popular diz que "Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe". É a sabedoria popular a refletir a realidade que todas as vidas têm momentos felizes e momentos duros, e a vida vale a pena precisamente pelos seus momentos felizes, os que  já vivemos, os que estamos a viver e os que iremos ainda viver, mesmo que quando estamos numa fase difícil possamos não acreditar que voltemos a ser felizes. A vida é surpreendente, não duvide caro visitante virtual, traz-nos dores quando menos esperamos, mas também sorrisos quando menos esperamos. E são precisamente os momentos difíceis da vida que nos ensinam a valorizar os momentos felizes. 
Estamos juntos nesta caminhada da vida. Vamos em frente, caro visitante virtual, coloque na sua trouxa todas as forças que tem, ainda que lhe pareçam ser poucas pois elas são bem maiores do que supõe e quando essa etapa difícil terminar, porque qualquer etapa termina, estará orgulhoso de si próprio porque não desistiu e vive agora mais intensamente que antes a felicidade alcançada porque as dificuldades nos ajudam a valorizar cada momento de felicidade, por mais pequeno e simples que seja.
Uma boa semana caro visitante virtual,

C.C.

8 comentários:

  1. Muito Bom. Como sempre...

    Grande Abraço.

    Zézinha

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  2. Obrigada Zezinha.
    Um beijinho com muita amizade

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  3. Gostei, Célia.
    Beijinhos.

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  4. Anónimo9/15/2013

    É sempre muito bom ler os teus sopros de esperança Célia. Beijinhos. Mada

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    1. Obrigada Madazinha e um grande beijinho para ti.

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  5. como me exprimo melhor em verso quero deixar também um sopro de esperança inspirado neste texto altruísta e encorajador:

    se o teu presente carece
    de carinho e de amor
    e se tudo te parece
    sem interesse nem sabor
    vais ver, um dia, acontece
    e tu vais-te recompor
    em resposta à tua prece
    de um futuro bem melhor
    ao lado de quem te merece
    e a quem tu dás valor

    Carlos Franco

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    1. Muito bonito,Carlos Franco. Muito obrigada por este lindo poema de esperança.
      Beijinhos,

      Célia

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