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24/07/2017

O poder da esperança que reside no Amor




Caro(a) visitante virtual,

Escrevo hoje sobre o Amor inspirada por dois livros que li recentemente e sobre reflexões que gosto de fazer sobre o ser humano e as suas emoções porque creio firmemente que esse é o domínio mais rico e menos conhecido do conhecimento científico e mesmo filosófico e, portanto aquele onde mais temos ainda para descobrir e para aprender, para benefício da nossa própria felicidade e dos que nos rodeiam.
Sou ainda uma declarada entusiasta dos chamados livros de "autoajuda", que inspiram e nos leva a ter uma atuação consciente e determinada orientada por objetivos que nos propomos alcançar sejam eles de reestruturação da nossa personalidade, da forma de estar na vida, nas relações profissionais, nas relações familiares e nas relações amorosas. Entendo o autoconhecimento como um importante instrumento de mudança do ser humano para vencer os defeitos de caráter que todos temos e que constituem um obstáculo a pontes e laços sólidos e consistentes com os outros.
No livro "Psicologia do Amor" que li recentemente, o Professor Irvin Yalom, reputado psiquiatra, escreveu com autorização dos seus pacientes, de forma profunda e que muito interpela sobre o quanto estarmos perturbados emocionalmente nos faz ver o mundo e os outros de forma deformada pelos nossos medos, ansiedades e angústias, causando assim sofrimento aos próprios e aos que os rodeiam, ou simplesmente condenando-os à solidão por incapacidade de adaptação às funcionalidades sociais básicas do ser humano.
 
 
Há um provérbio popular que diz que "De poeta e de louco, todos temos um pouco". E, parafraseando, acho que todos temos um pouco quer do melhor do ser humano, a sua generosidade, quer do pior, o seu egoísmo. Por isso, as realidades de que nos fala o autor não são assim tão distantes de cada um de nós, basta termos a humildade de reconhecer que, certamente, em idênticas circunstâncias de vida dos protagonistas do livro muito possivelmente as nossas visões do mundo, de nós próprios e dos outros seriam porventura também distorcidas e os nossos percursos sociais, profissionais, familiares e amorosos ressentir-se-iam com isso. Mas tal como os protagonistas reais deste livro aceitaram pedir ajuda para reencontrar o seu equilíbrio e retomar o domínio das suas vidas, qualquer de nós seja em que circunstância de vida se encontre o pode fazer. E, uma coisa é garantida, vontade de fazer algo de bom por nós próprios, faz-nos sentir bem, e traz consigo a satisfação de ter tentado, ainda que os resultados possam vir a ser diferentes do esperado. Bem diferente esta atitude da de ficar passivamente a ver a vida acontecer como meros espetadores da nossa própria vida.
 
 
 
Outro livro que muito gostei de ler e me fez refletir muito foi "Ensaios de amor" de Alain de Botton". Para mim, que sou mulher, teve em acréscimo a mais-valia muito interessante de ler sobre o amor, os seus receios, perceções e emoções na perspetiva de um homem. A ficção que o autor constrói é extraordinariamente interessante na profundidade de análise dos sentimentos do homem e da mulher envolvidos numa relação amorosa, no como e porquê de se apaixonarem um pelo outro, na forma como cada um convive com as outras dimensões da vida do outro (sejam elas o presente ou o passado), a forma como perspetivam a sua relação no futuro e a forma como o futuro de facto acontece. É magistral a forma como escreve sobre as situações mais triviais, os pequenos dramas domésticos transformados em grandes catástrofes meramente pelas emoções envolvidas, bem como os mais simples gestos convertidos em grandiosidade pela mesma razão, o amor e/ou o medo de o perder.
 
É certo que não há fórmulas matemáticas para o Amor nem para uma relação amorosa feliz e bem-sucedida. Se as houvesse seriam porventura o bem mais procurado por todas as gerações da Humanidade pois ninguém é feliz sozinho, somos felizes em relação uns com os outros, não necessariamente numa relação amorosa, mas sempre numa relação familiar ou de amizade.
 
Tenho refletido muito sobre o Amor, porque nos apaixonamos por uma pessoa, como alimentamos ou não o Amor, sobre o papel do Amor nas nossas vidas. Na minha sempre foi central, foi sempre no Amor que encontrei a razão de ser da existência humana e a fonte das alegrias e momentos de felicidade que fui tendo ao longo da vida. Foi também sempre no amor que encontrei Força e Esperança no meu caminho, como qualquer outro, com altos e baixos, umas vezes mais plano, outras com declives, umas vezes verdejante e florido outras árido. E, foi justamente por nunca ter estado sozinha nesse caminho, que sempre tive alento para o continuar a percorrer. Foi precisamente por nesse caminho ter tido sempre quem me amasse: a minha família e os meus amigos.
 


 
Na minha perspetiva o Amor existe quando somos importantes para alguém e esse alguém é importante para nós. E é dessa sintonia sentida que nos vem a Força, a Esperança e o Bem-estar interior. Termos alguém, família e/ou amigos, para quem verdadeiramente sentimos que somos importantes é algo de muito forte e valioso. É sentirmos que na relação com essa(s) pessoa(s) cada uma das pessoas envolvidas se conhece bem, cada vez melhor à medida que o tempo passa, e quanto mais partilham juntos(a) a experiência de vida, mais sentem que a sua relação se fortalece, mais sentem a importância do outro(a) na sua vida.
No Amor não há lugar para o egoísmo, para o orgulho, para a indiferença nem para o comodismo, porque o Amor é em si mesmo a entrega ao outro, àquele a quem se ama, seja qual for a sua condição económica, social ou de saúde física ou psíquica.
O Amor, na minha perspetiva tem ainda outra dimensão, eleva-nos, faz-nos crescer interiormente, faz-nos ser melhores, puxa de nós o que melhor temos e estimula-nos e encoraja-nos a aplainar e limar as arestas de caráter que todos temos e que provocam danos individuais e sociais. Só quem nos ama se importa e tem a coragem de nos dizer o que deve ser dito, por muito que isso nos deixe desconfortáveis, a quem ouve mas também a quem diz. Como, também, só quem nos ama se importa em nos fazer sentir o quanto somos importantes  para si.
E, é muito clara a linguagem do Amor. Eu sei exatamente quem são as pessoas que me amam e as pessoas que amo e o(a) caro(a) leitor(a) também sabe. Se tem dúvidas, pense em quem o faz sentir bem, em quem acredita em si, em quem o acarinha esteja são ou doente, em quem se preocupa se está triste ou alegre, em quem lhe faz sentir que a sua presença na vida dessa pessoa é muito importante e que se faltasse à vida dessa pessoa deixaria um vazio só preenchido pela memória saudosa de si. É com essa(s) pessoa(s) que, na minha modesta perspetiva, tem uma relação de amor, seja ela na família, no seu círculo de amizade, de fé ou numa causa.
 
 
 
Não creio que haja nenhuma forma de Amor superior ou inferior, seja em qual destas dimensões se vivencie, podendo até ser vivenciado em várias. Em qualquer dos casos considero sempre o Amor uma riqueza, uma força e uma esperança valorizadoras do ser humano e da sua existência individual e social.
No que me diz respeito, estou em cada dia grata pelo Amor que encontro e pelo que dou, pois sei que é aí que reside a minha essência, razão de existir e fonte da felicidade que me é possível alcançar nesta minha dimensão humana limitada. A ilimitada dimensão que eventualmente virei a integrar, na qual acredito por ter Fé, deixa-me tranquila, crente que nessa dimensão espiritual e intemporal não mais precisarei de sentir manifestações de amor que me aconcheguem a existência e lhe tragam brilho e calor. Mas, enquanto estou por cá, como humana que sou, não só me fazem falta como me sabem muito bem essas manifestações de Amor, quer dá-las quer recebê-las, porque como bem diz Antoine de Saint-Exupéry:
 
 
E, com estas palavras de Amor, o(a) deixo, caro(a) visitante virtual. Até à sua próxima visita e, faço questão de o dizer, a sua visita é única para mim porque cada visitante faz deste blogue aquilo que ele é hoje pois sem cada visitante que compõe as visitas a este blogue eu não o manteria desde que em 2011 o criei para deixar o meu modesto contributo para a esperança neste espaço virtual que graças a si, caro visitante virtual conta já com mais de 53.000 visitas um pouco por todo o mundo. Juntos transmitimos pedaços de esperança que vamos experienciando nas nossas vidas e temos esperança de com eles aquecer um pouco dias menos alentados que todos temos em algum momento das nossas vidas.
 
Um abraço virtual,
 
C.C.
 

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