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11/03/2012

A palavra às mulheres



Caros visitantes virtuais,


No passado dia 8 de março celebrámos o Dia Internacional da Mulher. É, pois, com muita honra que me associo a esta justa homenagem a todas as mulheres do mundo, de cujo género me orgulho de fazer parte.
Vivendo no século XXI, e sobretudo na Europa Ocidental, é polémica a celebração deste dia, mesmo entre as próprias mulheres. Algumas sentem-se mesmo ofendidas de terem um dia que lhes é especialmente dedicado, considerando tal facto como uma passagem de um atestado de menoridade. Compreendo as suas razões, mas não as partilho.
O mundo é bem mais vasto que a Europa Ocidental, onde muitas conquistas já se concretizaram no plano dos direitos económicos, sociais e políticos das mulheres, mas se pensarmos, por exemplo, no continente Africano, na Ásia e no Médio Oriente, temos infelizmente muitos exemplos de total desrespeito destes direitos nas cidadãs dos vários países dessas regiões do mundo, para já não falar mesmo de reais atentados à sua liberdade e segurança física e o direito ao respeito pela sua dignidade física e psicológica.
Mesmo na Europa Ocidental, há que distinguir entre sociedades urbanas e rurais, pois não chegou ainda a todo o lado uma real consciência da igualdade de direitos dos géneros feminino e masculino da sociedade. Mesmo nas sociedades urbanas, o acesso das mulheres a redutos de poder que continuam a ser um quase monopólio dos homens precisará ainda de mais gerações educadas de forma a respeitar a igualdade de direitos entre os géneros até que haja uma justa paridade em que os cidadãos e cidadãs ocupem os papéis sociais, económicos, políticos e religiosos na sociedade em função do seu perfil de competências pessoais e profissionais, independentemente do género a que pertençam.
Senti ao longo da minha vida que tinha que provar mais que os meus colegas rapazes/homens que os meus resultados escolares, académicos e profissionais se deviam à minha competência. É certo que a democracia abriu às mulheres portuguesas as portas para o exercício da sua cidadania em paridade com os homens portugueses, mas o caminho foi sendo percorrido e não está ainda concluído.
A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 1975, o Ano Internacional da Mulher, porque eram ainda inúmeros os atentados à segurança, dignidade e direitos das mulheres no mundo inteiro. Essa iniciativa teve um papel muito importante, mas as Nações Unidas viram abrandar o ritmo das conquistas alcançadas e em 1977 decidiram celebrar anualmente, em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.
Quem tiver dúvidas da necessidade desta iniciativa basta lembrar-se dos avassaladores números do nosso país e do mundo relativos à violência contra as mulheres, seja ela doméstica ou outra. O sítio eletrónico das Nações Unidas dedicado a combater todas as formas de discriminação das mulheres é bem revelador do muito que há ainda a fazer. Pode ser visitado em: http://www.un.org/womenwatch/
Presto aqui homenagem às mulheres e homens que lutaram e continuam a combater a discriminação baseada no género e a lutar pelo respeito e promoção da igualdade de direitos entre os dois géneros. Agradeço-lhes esse contributo para a justiça social e para o equilíbrio mundial e associo-me nesta celebração de 8 de março, uma vez mais este ano, porque enquanto houver raparigas e mulheres que são discriminadas nos seus direitos pelo simples facto de não terem nascido rapazes/homens, continua a fazer sentido que o mundo lute por elas e lhes dedique um dia para reforçar a dinâmica dessa luta e lhes dizer que não estão esquecidas e que o mundo não desistiu de lutar pelo respeito dos seus direitos.
Um abraço especial às minhas visitantes virtuais.
Tenha uma boa semana, caro visitante virtual, e preste homenagem às mulheres que gosta ou gostou que tenham partilhado dimensões da sua vida: mãe, avó, tia, irmã, mulher, filha, amiga, professora, chefia, colega, empregada, …
C.C.

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