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03/11/2017

Sabe ser assertivo? Quer ser assertivo? Ser assertivo é uma fonte de esperança... Aposte em si



Caro(a) visitante virtual,

Escrevo hoje o meu post sobre um tema que achava que conhecia, mas que na realidade do qual pouco sabia e que gostei muito de descobrir em pormenor.
A autora deste livro, Olga Castanyer, apresenta a assertividade como forma de expressão de uma auto-estima saudável. Esta foi mais uma das leituras inspiradoras que tenho vindo a fazer na mais recente fase da minha vida em que tive que encontrar respostas para os desafios que em várias frentes a vida me foi colocando nos primeiros anos depois de cinco décadas a orientar-me por padrões de vida que tinha quase como irrefutáveis e que, supostamente, me trariam como resultado uma vida de harmonia social, familiar, estabilidade,  equilíbrio e realização pessoal. 
Na realidade não me posso queixar de durante mais de cinquenta anos me ter norteado por valores sólidos familiares, sociais e religiosos. Valores sobre os quais me auto-interroguei, como é natural, na minha adolescência e que saudavelmente me questionei por me terem sido transmitidos na minha educação familiar, tendo eu decidido assumi-los para mim já não apenas por mera transmissão direta, mas por consciente assimilação por me fazerem sentido. E, na realidade, foram muito positivos os resultados que fui obtendo nos meus primeiros cinquenta anos de vida, cujo corolário principal é o núcleo de fortes relações familiares, de sólidas amizades e de respeitabilidade social e profissional.
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Então porquê o sentido de vazio que tantes vezes sentia?









O que havia nesse vazio para o qual quantas mais eram as perguntas mais distante se encontrava a serenidade interior?


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Era como se quanto mais aprofundasse as minhas interrogações, mais me afundava numa reflexão circular que partia de mim para a mim voltar, sem no entanto encontrar qualquer resposta.
E por vezes as respostas mais simples são as que mais temos dificuldade em aceitar porque teimamos insistentemente em que tudo é complexo, o universo é complexo, o ser humano é complexo, as relações humanas são complexas.

No entanto, fugir de questionarmos a complexidade que nada mais é que a expressão da enorme riqueza que é o ser humano, é também evadirmo-nos da nossa própria essência, alhearmo-nos de nós próprios, ficarmos distantes do nosso próprio ser. E, qualquer um sabe que quanto mais longe estamos de nós e do que somos mais afastado e longínquo fica o nosso bem-estar e realização pessoal. Por isso aceitei ser corajosa, e enfrentar os meus desafios e dispus-me a tudo, menos a ficar longe dos meus próprios valores e da minha própria essência. E, assim, a pouco e pouco, em passos lentos mas consistentes reflecti muito, escutei muito, li muito e dediquei-me a aprofundar o que sabia de mim e o que ainda precisava de saber para me descobrir. Encetei uma viagem interior a solo, como nunca antes tinha feito. Com a segurança de ter a família nuclear e os amigos na retaguarda e dos lados a acompanhar-me no percurso que sabiam estar a fazer do meu auto-conhecimento.

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E foi nesse percurso que continua e onde me sinto confortável em continuar a caminhar que encontrei a Assertividade, que comecei a construir uma assertividade que assumi como minha referência. A assertividade de dizer Não àquilo e àquele(s) ou aquela(s) que me fizerem sentir desconfortável por serem desrespeitosos, prepotentes e desconsiderarem ou humilharem quem os rodeia, independentmente dos motivos porque o fazem.
A minha atitude anterior nestas circunstãncias da minha vida era procurar sempre ser compreensiva, entender o lado do outro e perdoar sempre. Hoje chego à conclusão que essa atitude era uma errada e não saudável interpretação dos valores religiosos da aceitação do outro na sua diferença e nas suas condicionantes próprias.
A minha atitude assertiva diz-me hoje com clareza que nenhuma atitude humana seja ela qual for e venha ela de quem vier, é aceitável se menoriza, inferioriza ou humilha outro ser humano. Não há tolerância nem compreensão para gestos que são em si nocivos para o outro.
Perdão é uma palavra que corresponde a um julgamento que não me compete fazer aos comportamentos daqueles com quem me cruzo no dia a dia. São eles próprios que devem julgar os comportamentos de que são autores, como eu julgo os meus próprios comportamentos e os avalio á luz dos meus valores e dos meus padrões sociais, morais, éticos e religiosos. cada um julgará ou não os seus como entender. Mas, em todo o caso, só vale a pena qualquer julgamento que contribua para um ser humano cada vez melhor e mais em harmonia consigo próprio e com os outros, qualquer outro tipo de julgamento ou é tóxico ou inútil.
Esquecer mágoas e desilusões é algo quase impossível de se pedir pois nós somos a nossa própria história e o nosso tempo. E, o tempo, o tempo de cada um, se encarrega de ir limpando o que não vale a pena que fique a amargurar-nos inutilmente o coração depois de termos aprendido o que temos a aprender com cada outra vida humana com quem nos cruzamos na aventura que percorremos em cada dia, desde o nosso nascimento.
No entanto, nas minhas mãos está ser assertivo. Está no momento próprio dizer "Não" ao que sabemos que não nos faz bem. E sabemos sempre. E sabemos com muita clareza. Mas a vontade de nada fazer com medo do que perdemos e de quem perdemos dá colorações ilusórias ao que já vimos que é escuridão no nosso percurso. Isso, e a ilusão de estarmos enganados, de não estarmos a ver bem, ou ainda a ilusão que irá mudar algo e por isso nada precisamos de fazer. Mas nada muda, nada muda enquanto não mudarmos nós... se não for de situação, pelo menos de atitude. E se de atitude não bastar, pois então, de situação. Os medos enfrentam-se e nunca são tão grandes nem tão arriscados comos nos parecem.
É sempre possível vencer obstáculos, se necessário com ajuda. Procurando sensatamente uma ajuda madura e esclarecida que nos ajude a avaliar riscos e potencialidades. O passo vale a pena quando o que vamos deixar para traz é o desconforto de não sermos reconhecidos e valorizados pelo que somos.
Porque todo o ser humano merece ser aceite pelo que é.
Porque todo o ser humano é uma pérola a descobrir.
E, sobretudo, depois de ser assertivo, não guardar rancor nem ressentimento, pois esses sentimentos envenenam os próprios seres humanos que os alimentam. Importa ser assertivo e seguir em frente, dando o privilégio da nossa companhia àqueles que entendemos que a valorizam e merecem pela sua autenticidade, genuinidade, lealdade, sensibilidade e disponibilidade para genuinamente celebrarem connosco os sucessos e elogios que recebemos ou nos reconfortarem nos nossos momentos menos risonhos da vida.
E é tão bom sabermos quem somos, o que queremos da vida e quem queremos na nossa vida nos seus vários planos... ou simplesmente que há planos onde podemos até deixar assim suspensos do que somos e sonhamos, porque a vida também é feita de sonhos e estes são saudáveis, as ilusões, não.
Boas leituras e muita esperança, caro(a) visitante virtual, que eu continuo com essa palavra forte no meu percurso mesmo quando a luz fica mais ténue.

C.C.

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