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20/04/2017

O amor humano salva vidas, mesmo em situações-limite


Caros visitantes virtuais,
 
Escrevo-vos hoje sobre mais uma maravilha da natureza humana. São muitas as circunstâncias conhecidas de mães e pais que salvam os seus filhos. O amor de uma mãe e de um pai pelos seus filhos serão certamente o mais elevado tipo de amor de que o ser humano é capaz. O amor que temos por um filho é incondicional e permanente. Por um filho entregamo-nos totalmente e por ele damos se necessário for a própria vida. A existência humana está repleta de situações que nos ilustram com factos reais de situações-limite esta insuperável capacidade de amar que é das mais belas que possamos conhecer e experienciar, mas também a relação entre irmãos, tendencialmente a mais longa das nossas vidas. E, também da força desta última nos fala esta belíssima história real em que uma irmã nunca deixou de lutar por salvar a vida da outra. Este tema é para mim apaixonante porque tenho a felicidade de ter relações muito fortes nestes planos e de considerar qualquer tipo de força de amor e de esperança inspiradores.
Esta história real surge num ângulo muito incomum, o de um bebé  recém-nascido que salva a vida da sua mãe. Amelia Bannah, uma mulher-polícia argentina, estava grávida de seis meses quando sofreu um grave acidente de viação que a colocou em coma. A gravidez do seu filho Santino continuou a decorrer enquanto a mãe se encontrava hospitalizada nesse crítico estado de vida e foi a família, mas sobretudo a irmã, Nora , quem após o nascimento do bebé, em 24 de dezembro de 2016, o manteve em contacto regular com a mãe, nunca tendo desistido de lutar pela vida da irmã e pela ligação do filho à sua mãe.
A força desta esperança, deste amor, desta persistência e do poder imenso dessas energias vitais no passado dia 8 de abril converteram-se em vida e fizeram com que Amelia despertasse do coma em que se encontrava desde o acidente ocorrido em novembro de 2016.
Foi precisamente num dos momentos em que a família continuava a conversar com Amélia e a contar-lhe tudo como se estivesse desperta, apesar de a mesma se encontrar em coma, como explicou o seu irmão César, e de nunca terem desistido de acreditar e lutar por ela, que após vários meses nessa situação, ela respondeu afirmativamente, e com palavras à interpelação tantas vezes em vão repetida sobre se os estava a ouvir.
Muito se tem escrito sobre o tanto que ainda falta saber sobre os estados comatosos, mas os médicos são unânimes no encorajamento às famílias para continuarem a contactar com os seus entes queridos que se encontram nestas situações-limite pois bem conhecem grandes milagres de recuperação resultantes da força do amor que chega onde a medicina e a ciência ainda não conseguem chegar.
Certo é que as emoções e vivências do nascimento do seu filho, mesmo que não vindas ao consciente de Amélia, e as proporcionadas com o contacto regular com o seu filho e os estímulos daí resultantes e do amor permanente da sua irmã e dos seus familiares sempre empenhados em a manter ligada a eles pelo diálogo constante com ela a trouxeram de novo à vida. Desde então, Amélia mantém-se reativa a perguntas e estímulos e os médicos creem que em breve voltará a andar.
Momentos destes são esperançosos para a humanidade e para quem se encontra em situações de sofrimento que às vezes parecem ser inultrapassáveis, mas, como se vê, enquanto há vida nada é impossível. E, acrescentaria, sobretudo quando há Amor, entrega, dedicação e a força de acreditar que tudo queremos fazer por quem amamos e que não importa o que daí resultará porque o que importa é continuar a lutar e manter viva a esperança de uma alegria, por mais remota que possa parecer.
Todos os túneis, por mais negros que sejam, têm em comum ter um fim, ou não seriam túneis. Os túneis são sempre passagens, etapas para  outro lugar ou outro momento nas nossas vidas. Quando nos encontramos dentro deles ou nos paralisamos com medo e angústia deixando-nos vencer pelo pânico de não chegar ao fim, ou projetamo-nos na luz que teremos quando dele sairmos e, mesmo que com as pernas a tremer, vamos avançando possivelmente umas vezes mais determinados e confiantes de alcançar o fim outras mais lentamente mas, persistindo no caminho, não recuando nem paralisando, chegaremos ao fim do nosso túnel seja ele qual for e seja qual for a sua dimensão e duração.
Caro visitante virtual, se atravessa um túnel na sua vida ponha-se em movimento, avance e aprenda com essa travessia, assim não apenas sairá dele como sairá mais fortalecido e enriquecido. Depois, grato pela luz que reencontrou, ajude a sair de túneis quem neles se encontra e muito há quem precise dessa ajuda pois não há vidas humanas sem túneis, mas também não as há sem qualquer tipo de luz. A luz é desde o início da humanidade fonte de vida, de alento, de alegria e de esperança. E não falo aqui apenas da mais conhecida luz, a do sol. A luz da alma, essa encontra-se pela Fé e vale a pena procura-la, seja sob que forma for, pois a descoberta da revelação de um poder superior a nós próprios é transformadora, retemperante e pacificadora.
Bons percursos, caso visitante virtual. E na sua caminha pela vida, sorria. Se não encontra motivos para esse gesto energético tão positivo para si e para os que o rodeiam, sorria à mesma. Dizem os estudiosos da mente que também os gestos positivos nos fazem interiorizar pensamentos positivos e que esses nos transformam para nos tornarmos melhores e mais felizes.
Um abraço,
 
C.C.

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