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15/09/2016

A força revigorante das memórias

 
 
Caros visitantes virtuais,
 
Partilho hoje convosco a minha visão das memórias. Hoje dia 15 de setembro.
Há vinte e dois anos partiu a minha mãe, mas não a perdi. Nesse dia senti que a tinha perdido e senti a dor profunda da perda de uma mãe que tanto nos amou e que eu tanto amo. Nesse dia e em muitos outros dias senti o desamparo que a falta incomensurável que a sua presença física me fazia, no entanto, ela nunca me faltou nem sequer nesse dia. A sua presença física é simplesmente diferente e é aí que reside a grande força revigorante e retemperadora das nossas memórias. Ela é a minha mais preciosa memória, qual é a sua? Encontre-a e descobrirá uma força e uma esperança únicas brotar dessa memória. Coloque essa foto para si na moldura que acima lhe deixo. A mais bonita foto do mais bonito momento que partilhou com quem tanto ama e por quem tanto foi amado. Coloque-a junto de si, em casa, no trabalho, não importa onde, onde a olhar. E verá que sempre que olhar essa foto dará por si a sorrir.
As nossas memórias felizes perduram e revigoram-nos e por isso acredito que fazemos bem em as cultivar e alimentar, não de forma mórbida, lamentando o que perdemos, mas com a firme consciência e convicção de que as ganhámos.
Nunca perdemos quem amamos, simplesmente porque o amor nunca se perde, é demasiado poderoso para se perder. Quando amamos, ganhamos sempre. Eu ganhei a minha mãe, não há vinte e dois anos mas há quase cinquenta e dois, ganhei a minha mãe e ela ganhou-me a mim, desde que dela nasci sem que sequer disso eu tenha memória consciente. E, claro que nesse momento como qualquer bebé saudável terei chorado.
Pensando bem, não só nunca perdi a minha mãe como nunca perdi ninguém que tivesse amado. Não é fantástica esta descoberta?
Quem amamos permanece sempre connosco, nas memórias felizes que juntos partilhámos, mesmo que já não esteja connosco. São belíssimas pegadas nas nossas vidas de onde se desprendem conversas, músicas, odores, sabores, risadas e mesmo lágrimas enxugadas.
Alimentar memórias negativas não é saudável, por isso o ser humano se auto-protege eliminando essas memórias, o tempo vai-as apagando porque só servem para nos fazer aprender e amadurecer, são alicerces que se deitam abaixo depois da obra construída. E, quando assim não sucede, é bom procurar ajuda para eliminar o que já não nos faz falta que lembremos, pelo contrário, só nos intoxica. Mas, as memórias positivas prevalecem e fazem-nos bem. E não apenas prevalecem como se lhes dermos atenção tornam-se mais fortes e mais vivas e trazem ao nosso consciente lembranças que nos deliciam, enternecem e fazem felizes.
Por isso, caro visitante virtual, sacuda o pó das suas memórias felizes se as tem esquecidas, deixe-as vir ao consciente e ocupe-se delas e descobrirá tesouros preciosos que o vão fazer sorrir.
Boas memórias e não esqueça, as boas memórias constroem-se em cada dia, sempre com quem amamos e que nos ama e não há ninguém no mundo que não ame nem seja amado.
CC


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