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24/08/2015

O cancro... com esperança e mesmo humor

 

Caros visitantes virtuais,

Antes de mais as minhas desculpas por ter passado tanto tempo sem escrever no blogue. Não desapareci, simplesmente andei a arrumar a minha casa interior e exterior. Dar essas voltas por dentro e por fora faz bem, renova-nos, revigora-nos e permite-nos novos olhares sobre as mesmas realidades. Aprende-se sempre qualquer coisa, sobretudo a dar novo valor ao que já eramos e já tínhamos mas que com a monotonia da rotina do dia-a-dia e o stress quotidiano às vezes não vemos com o valor e atenção que merecem.

Escrevo hoje sobre o cancro que tem surgido entre muitas amigas, amigos e familiares. Dedico este post à minha querida cunhada e amiga Lina que recentemente tem estado com muita coragem e determinação a vencer essa grande batalha, à minha amiga Fernanda, que trato por Alforrequinha, à minha amiga Xana dos velhos tempos da Faculdade e à minha queridíssima Aniluap, amiga de infância, à minha muito querida Sónia dos velhos tempos da PSA e também à minha amiga Isabel dos velhos tempos da Junqueira e ao Carlos J., o único homem desta minha lista de dedicatórias com toda a amizade e carinho. Para elas com um beijo e um abraço muito apertadinho este post. Elas têm sabido enfrentar com muita força e esperança o cancro e mostrar que ele pode não ser o “bicho-papão” que nos atormenta, mas um desafio a vencer, como tantos outros desafios difíceis na vida.
E que podemos lutar contra ele, mesmo com um ou outro momento de angústia e dor, mas vencendo-o e continuando a caminhar com um sorriso no rosto, mostrando-lhe que somos nós que o dominamos e não o contrário.

Para todas e todos os que tiverem, têm ou venham a ter cancro, e aí também me incluo pois ninguém está fora dessa possibilidade bastando para tal estar vivo, aqui fica um site fantástico sobre esta doença e como vivê-la sem dramatizar, muito pelo contrário, com muito humor:
https://www.facebook.com/CancroComHumor

O cancro pode ser visto, como todas as coisas más que nos acontecem nas vidas de todos, como um período doloroso que é certamente. Mas a dor e a tristeza são também uma parte importante da vida, pois constituem uma grande lição para aprendermos a ser mais conscientes das nossas limitações, físicas e psíquicas e a respeitá-las, não indo para além das nossas forças, o que às vezes nas pressas do quotidiano nos conduz a abusos que prejudicam a nossa qualidade de vida e não nos permitem dar prioridade ao que é mais importante. Esses períodos de sofrimento porque todos passamos, se os vivermos com a sabedoria e serenidade que requerem ajudam-nos a crescer e a valorizar o que verdadeiramente é importante e belo em nós próprios, nos que amamos e nos que estão à nossa volta e nem nos demos ao trabalho de tentar conhecer.
O cancro, como qualquer outra doença ou momento difícil na vida, são duros e incluem sofrimento, não vamos mascarar a realidade e disfarça-la do que não é, enganando-nos ou fugindo dela com inúteis ilusões, mas se o encararmos de frente tal como é, e o agarrarmos com coragem e determinação para o expulsar da nossa vida, aproveitando o momento difícil para deitar fora de nós próprios todo o lixo que fomos acumulando sem nos apercebermos e nos entope, é como se fizéssemos uma desintoxicação interior. Veremos como ela nos sabe bem e faz felizes porque nos deixa limpos, leves e nos ajuda a voar, não mais alto porque não precisamos de competir nem de olhar para o lado para nos comparar, mas de forma mais harmoniosa e mais tranquila, e aí sim, subimos nas alturas dos horizontes mais vastos porque estamos mais leves e planamos como uma gaivota rumo a novas descobertas de nós próprios, dos outros e a redescobrir ou descobrir um novo sentido para a vida. É aí que despertam os nossos sorrisos mais autênticos, mais profundos e mais duradouros. É aí, junto ao arco-íris da vida que encontramos o pote de ouro da felicidade, descoberta em cada pessoa que amámos ou amamos e naquelas que ainda poderemos vir a descobrir e a amar. É também aí que se encontra o amor que nos dedicaram e a que não demos ainda a atenção e o valor que em cada dia

Eu sou uma apaixonada incurável pelas pessoas. Amo muito intensamente os que amo, dou-me intensamente às minhas amigas e aos meus amigos e adoro conhecer pessoas novas porque sinto-me sempre enriquecida com elas.

A semana passada aconteceu-me uma coisa curiosa. Estava numa esplanada de café de bairro a tomar uma bebida fresca e fui abordada por um jovem que travou conversa comigo. A conversa ficou animada, o jovem quis conhecer mais sobre mim e dar-se a conhecer e os amigos e amigas dele que estavam numa outra mesa deixaram-se entusiasmar pela conversa que estávamos a ter, rodaram as cadeiras deles e vieram todos para a minha mesa. Combinámos encontrar-nos regularmente para continuar a nossa conversa sobre a vida e os desafios que ela nos vai colocando. Senti-me muito mais rica por os ter conhecido e senti-me feliz na companhia deles. A juventude deles contagia-me e enriquece-me e em troca partilho com eles a humildade, sabedoria e serenidade que os meus cinquenta anos de vida me trouxeram. Sabe muito bem conversar, abrirmo-nos ao diálogo com os outros. Sentimo-nos bem, fazemos os outros sentirem-se bem e aprendemos todos algo uns com os outros. É fantástica esta troca que nada tem de material, mas que nos oxigena a vida e a enche de alegrias e esperança em cada despertar, seja qual for a nossa condição de vida. Estejamos nós a vencer uma doença e a aprender com ela ou restabelecidos de um momento mau e a renovar forças para continuar a nossa caminhada com mais alento. Ir com os outros de mão dada é sempre mais agradável e mais alegre.

Eu aqui estou consigo, caro visitante virtual, de mão estendida para acolher a sua na minha, juntos, nesta caminhada virtual a construir a esperança em cada dia.

Um abraço virtual,

C.C.

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